quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Causas e Conseqüências

E quando aquela sensação de "fiz merda" aparece? Como faz? Ela chega sorrateira, pior que azia, enxaqueca ou cólica. Para melhorar irônicamente a sensação, vem a segunda fase desse processo, a sensação de "eu gostei". Como faz pra resolver por favor? E quem disse que há solução? Quando não se sabe o que fazer, não se deve fazer nada, mas aí é que vem outro ponto chave da merdalhada toda, quando você pára e pensa "eu quero agir".

Essa avalanche de sentimentos e sintomas múltiplos que se apresentam de forma descoordenada acontecem com freqüência e em diversos tipos de situações do cotidiano. A vontade inesperada e impulsiva de tomar alguma atitude enquanto o seu lado racional grita para se sentar, tomar um copo de água e relaxar é natural apesar dos males. Se sentir incoerente, solitário ou normal também faz parte da naturalidade.

Para os que estão achando bonitinho essa sucessão de palavrinhas carinhosas, lá vai um exemplo:
Menina encontra Menino.
Menino é engraçado, Menina dá risadinhas.
Menina pensa em não fazer ou aceitar nada que ele faça, Menino pensa em obtê-la.
Menina cogitou a possibilidade ao pensar na negativa.
Menino percebe e analisa.

Pausa para interação: fala, corpo, toque, mente, pensamentos, atitude.

Menina aceita tudo aquilo que aprendeu a dizer não.
Menino não pensa em nada.
Menina se arrepende, pensa em todas as coisas que podem acontecer.
Menino não pensa em nada.
Menina lastima mas gosta.
Menina gosta.
Menina gosta.
Menina não sabe o que fazer.
Menino não pensa em nada.
Menina quer fazer alguma coisa.

O fato é que, essa historinha mal contada significa (talvez não tão claramente) que ela quer tomar atitude, ela gostou dele apesar do que ele foi num prazo curto de tempo incapaz de gerar conclusões objetivas e significativas para ambos. Mas como tudo já começou na merda, a probabilidade de ficar pior ainda é muito maior.
Melhor esquecer?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz

O tempo inteiro enquanto escrevo escuto uma voz dizendo: se entregue.
Não posso fingir que não me surpreendi com os fatos desse ano, eu me superei e segui todo meu planejamento :)

Agora meu blog tem um ano, nascido num momento de revolta durante a meia-noite do dia 31 de Dezembro de 2008.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Conto Brega

Como se não fosse ninguém,
Pára, senta e me observa.
Me esnoba, não me olha e joga fora
Diz jogar, desdenhar e não querer.
Não faz largar e nem por onde merecer.

As forças não me sobram pra fugir,
o cheiro é demasio atraente para desiludir,
minha esperança se desgasta e se renova,
eu sei que vai me pertencer,
Não me enganas.

Um sussuro insaciável.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ao Homem Errado

Eu já sei.

Sei que você pode me fazer arder de formas variadas. Sei que é perigoso, tóxico e vicía. Mas eu também sei o que eu quero e do que sou capaz de aguentar. Pode parecer fraqueza não conseguir te evitar, mas a verdade é que o prazer vale o preço da dor. Você me torna a minha pior versão, perco o controle e a direção e mesmo assim te quero mais.

Eu já sei.

Sei que não vai ser só pra mim, sei que minha vontade não vai ter fim e vou te querendo ainda mais.

Mais.

Digo pra mim que quero fugir, que essa vai ser a última vez, mas você me envolve, me preenche e eu fico covarde, escrava do meu próprio desejo. Você me consome e eu te permito, digo que sei quando parar, mas quer saber? Você me confundiu, invadiu a minha vida e tomou conta dos meus pensamentos.

Eu já sei.

Sei que não vai prestar, que não vai andar que não vai mudar e mesmo assim te quero mais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

De Mim

Saí andando com a mesma pressa de uma fugitiva. Fugia de mim. Andei sem prestar atenção por onde caminhava exatamente, minha cabeça era um turbilhão que só fazia as minhas pernas ansiarem por mais velocidade. Por mais que não soubesse para onde elas me carregavam, não sei se queria saber. Precisava de tempo pra me organizar mentalmente. O sol já tinha ido embora quando resolvi sentar nos primeiros degraus da escadaria de um prédio antigo, passava ali todos os dias e não sabia ao certo o que era. Me decepciono comigo quando percebo que deixei muita coisa passar.

Sentada, enxuguei as lágrimas que não queriam cessar, tentei controlar a temperatura das minhas bochechas apertando-as com a palma das mãos. Droga! por que meus lábios também não conseguem parar de tremer?
Abaixei a cabeça e deixei a franja cair sobre os olhos, não queria corrigir mais nada quando tudo parecia estar contra mim, resolvi deixar a natureza agir.

Pensei no que deveria fazer, aonde ir? Um desespero tomava conta da boca do meu estômago e eu tentava escolher uma música. Me senti ridícula e me peguei com um sorriso sarcástico.